O que fazer na Ilha da Madeira (Portugal)

Quer saber como é a experiência de estudar no exterior, mais precisamente, na Ilha da Madeira, em Portugal?

Confira o relato da minha amiga jornalista Fátima Costa, durante seu mestrado na cidade portuguesa. 

A minha saga começou na saída do aeroporto de Guarulhos (São Paulo). Foram 14 horas até o destino final: o Aeroporto Internacional da Madeira (código FNC para a cidade do Funchal). Entretanto, tive que passar pelo Aeroporto de Portela, em Lisboa. Diga-se de passagem, é o maior aeroporto português com maior volume de tráfego. 

Bem, em resumo: preocupação com as malas na conexão, uma noite perdida (sem dormir) e mais três horas que avançaram no meu relógio, por causa do fuso horário que existe no velho continente.

Após horas e confusa, estou “quase a chegar” ao meu destino. Com uma novidade no meio do caminho: o aeroporto de Madeira é lindo de longe, mas quando o avião se posiciona para pousar, por conta da pista que fica à beira da ilha, dá um arrepio na costela.

A impressão que dá é que ela é tão pequena que não vai haver espaço suficiente para realizar o pouso. Mas tem um detalhe: o oceano, visto de cima, é lindo. Outro fato interessante é que tinha alguém para me receber: a Cris Vecchi estava a minha espera. Oba, Oba, alguém me esperava.

Ops, ainda tive que “adentrar” pela alfândega portuguesa. Perguntaram-me se eu carregava algum tipo de comida brasileira. Uaí, acho que estava com cara de fome, mesmo! E estava desesperada por comer algo.

Na residência da Universidade da Madeira, o meu quarto tinha uma vista bela: o oceano imenso, lá ao fundo, o canto dos pássaros e um sol que me agradava muito. 

Na cozinha (comunitária), a visão era melhor ainda. Da janela se via um transatlântico parado, na marítima no porto. Imponente, parecia estar bem próximo de nós. Uma imagem que jamais vou esquecer.

Detalhe: às 17 horas, os navios partem. Antes, porém, dão um adeus (é possível ouvir a “buzina” de adeus), avisando e agradecendo a boa estada.

Porém, o dia já estava acabando e eu precisava descansar. Descansar?. Não! Fui andar. Fui andar e conhecer os pontos turísticos. Pelos menos os que eu teria para conhecer, pelas semanas que ficaria em Madeira. 

Ah, a ilha da Madeira está situada a 900 quilômetros de distância do continente, ou seja, de Portugal. Tudo aqui é diferente do País.

Primeira curiosidade - Aqui, como em Portugal (que eles chamam de continente), as pessoas costumam tomar sopa (na hora do almoço) e, talvez, em qualquer hora do dia. O chá, como na Espanha, também é presença fiel nas refeições.

Meu almoço, porém, não teve sopa

Aqui também tem a história de um “prego”, que nada mais é que um bife no pão de caco (pão com alho e azeite e manteiga) que, quando quente, é uma delícia.

Yes! A primeira parada é: a Eira do Serrado e Curral das Freiras. Para chegar até lá, pegamos um autocarro em Funchal, que nos levou até lá. Eu li algumas descrições na internet do lugar e as acrescentei à minha lista. Vamos lá!

Localizada há 25 minutos de Funchal, a Eira do Serrado é um dos locais mais belos da Madeira, com as suas magníficas vistas sobre as montanhas e sobre o vale do Curral das Freiras.

A maior parte dos habitantes sobrevive da terra, sendo que aqui proliferam, tradicionalmente, castanheiros e cerejeiras. Devido ao grande número de castanheiros que aqui existem, a cidade celebra-se a 1º de Novembro a festa da Castanha. 

Muitas receitas tradicionais incluem a castanha e pode-se cozinhar quase qualquer coisa com ela: principalmente licores, bolos, pudins e sopas.

De volta, ficamos no Curral das Freiras. Essa é uma pequena vila, acolhedora e com pessoas simpáticas. Recebeu esse nome porque no passado serviu de abrigo a um grupo de freiras, que vinham se refugiar dos piratas que atacavam frequentemente a Madeira no século XVI.

O vilarejo é pequeno, porém, bastante agradável - O que fazer na Ilha da Madeira (Portugal)

Curral das Freiras - O que fazer na Ilha da Madeira (Portugal)

Por falar em freiras, me lembrei de um detalhe. A bebida alcoólica e tradicional se chama Poncha. Ela é uma espécie de água, cachaça, laranja ou limão e mel. Tomava-se aos metros (isso mesmo)..rsrs. Tomei só um copinho, ui.!!

O que fazer na Ilha da Madeira (Portugal)

Também fomos à balada no Omolhe. Uma discoteca que eu tive o prestígio de aparecer em um vídeo no youtube. Em plena quarta-feira, era a noite do verde e com direito a três bebidas e um som bacana. Detalhe, a casa fica no alto da montanha.

Da residência se vai a pé, 10 minutos de caminhada, quase à beira mar (ou beira do oceano). Como é todo feita de vidro, você vê o oceano em todo o canto da discoteca. Pegam-se um elevador para entrar na parte da pista. Um luxo que só. 

Ao lado do OMolhe, fica o Porto. Esse é o navio que sai para Porto Santo (uma outra ilha)

No dia seguinte, uma balada mais interessante e mais aconchegante. Tem um restaurante muito bacana, no município da Câmara de Lobos. Ele se chama O Largar: vinho fantástico e uma carne no espeto, temperada com alho, sal e folha de louro. Sensacional. Antigamente esse espeto era de madeira, mas, pelas condições higiênicas, se trocou por espetos metálicos.

Mas o sabor...humm. Aliás, a Camara de Lobos fica a 15 minutos de Funchal, é linda, porém, deserta. Mas se pode curtir à noite. E como eu a curti. Eu curti uma paisagem linda e, como companhia, o oceano lindo com a luz da lua cheia que refletia inteiramente no oceano.

Imagine, isso ao lado de uma boa companhia. Nem se fale! De volta a Funchal, paramos em uma casa de chá: O Indiana.

Tomei um chá que se chamava “Jasmin da China”. A bebida era forte, mas uma delícia para esquentar o frio que fazia naquela noite. Aliás, as noites em Madeiras são encantadoras.

E a próxima balada: Casino Copacabana.

Outra balada bem bacana na Madeira é o Casino Copacabana. Imagine no primeiro andar um cassino real e, no piso inferior, uma enorme pista de dança, que tocava até Michel Teló (o cantor brasileiro está fazendo um sucesso aqui e na China. Por onde se passa, escuta-se o refrão: “ai se eu te pego”).

Casino Copacabana - O que fazer na Ilha da Madeira (Portugal)

Fomos de táxi para a balada e embora, a pé, em uma tranquilidade total. Do Casino “Copas” para a residência foram 20 minutos. 

Detalhe: ninguém na rua e uma paz que dava gosto. Nunca pensei em fazer isso em São Paulo. E por falar em ruas, para se locomover aqui, a saída é o autocarro. Compra-se o Giro (uma espécie de bilhete único) que te leva para todos os cantos, inclusive para a Universidade da Madeira. Da residência até lá, são 20 minutos e mais 30, aguardando o autocarro.

Os carros e as motos são as alternativas. Se bem que andar pelas vielas e becos daqui é um desafio. Elas são estreitas e, quando se pensa que não dá para passar, passa-se até caminhão, ônibus. É uma manobra, eu diria, arriscada.

Para se comprar algo para comer na residência existe, em Funchal, o famoso Pingo Doce. É uma espécie de supermercado, onde se compra tudo, inclusive bolo de mel (duro que só) e bolo (pão) de caco. O almoço quase todos os dias era lá, à base de muito azeite e bacalhau.

Existia também uma saída: a pizza. 

No final de semana, outras atrações eram a Igreja do Monte e o Teleférico do Jardim Botânico.

Para chegar até à Igreja, pega-se esse teleférico. A vista é fantástica.

São 3.178 metros desde a estação baixo no Almirante Reis, no centro da cidade, à estação alta no Monte. Porém, ao chegar lá e para conseguir chegar à igreja de Nossa Senhora do Monte, haja pernas.

Logo abaixo da igreja tem um passeio muito interessante que se chama carros de cestos. Na verdade, é nada mais do que um cesto no qual dois guapos lhe empurram por dois quilômetros ladeira abaixo. Só o preço que dói um pouco. Por pessoa, cobra-se 25 euros. O melhor mesmo, como boa estudante de mestrado, é andar a pé.

Outra atração é o Jardim Botânico. Ele tem lindas flores e uma fauna imensa. É um lugar digno para se desfrutar com muita calma. Eu até me deitei num banco de praça. Uma delícia.